Profissionalização: a grande questão

Aposta em conhecimento, qualificação e atuação dos síndicos amplia campo de trabalho e gera oportunidades em novos condomínios

 
Raphael Pereira

Afinal, como alguém interessado em se tornar síndico profissional pode ingressar nesse mercado? O caminho ideal é buscar algum tipo de experiência e capacitação? É necessário já ter alguma vivência na área? Quais tipos de curso disponíveis no mercado? Como eles devem ser escolhidos? Quais as habilidades trabalhadas, desenvolvidas nessa formação? Na prática, o que muda na vida e no horizonte de atuação de um síndico, depois que este se profissionaliza? Pois bem: a REVISTA DOS CONDOMÍNIOS foi ouvir justamente quem passou por esse percurso de profissionalização.

“Fui gerente bancário por 11 anos em um grande banco e, em conjunto, era síndico morador do meu condomínio. Mas não era feliz no banco e acabei saindo. Então, resolvi mergulhar no segmento de síndico profissional. Comecei a fazer divulgação em massa nas redes sociais, fazendo o meu marketing pessoal. Criei site… Fiz todos os cursos possíveis e fui buscando parcerias. Contudo, veio a pandemia, as assembleias ficaram suspensas, e não tinha nenhum condomínio ainda na minha carteira. Disse: ‘Caramba, vou ter que pensar em outra coisa para fazer.’ Mas aí começaram a voltar as AGOs e fui convidado para as assembleias. Em uma delas, em agosto de 2020, no qual éramos concorrentes, foi criada uma parceria duradoura”, conta Raphael Pereira.

Na ocasião, os moradores estavam em dúvida em quem escolher: se uma empresa bem estruturada ou um síndico de boa proposta e desenvoltura na apresentação, mas sem nenhum condomínio, ou seja, sem estrutura e experiência. “Sugeriram, então, uma parceria no momento da assembleia. Foi daí que surgiu a junção das duas opções e me juntei à Rava Soluções Condominiais para levar aos condomínios a excelência da gestão condominial. Hoje estamos com mais de 10 condomínios na condição de síndico profissional. Hoje posso dizer que sou feliz no que faço! Acordo cheio de metas e chego em casa cansado, porém realizado!”.

Para Raphael, é de fato importante que o interessado em se tornar síndico profissional busque o conhecimento da área. “Se já foi um síndico condômino, ótimo, já sabe um pouco como é ser síndico. Contudo, se nunca atuou na função, é preciso cada vez mais mergulhar no conhecimento e capacitação. Ir a eventos e workshops do segmento condominial também é fundamental. Conhecer síndicos atuantes, pessoas já envolvidas na área. Buscar parcerias com administradoras, construtoras… Estar sempre aparecendo. Pois quem não é visto não é lembrado. Crie perfis profissionais nas redes sociais, crie uma imagem profissional para seus futuros clientes e parceiros”, aconselha. 

Segundo o entrevistado, o candidato a síndico pode já ter tido experiência no segmento condominial, o que ajudará a ter sucesso no mercado. “Contudo, você pode não ter essa experiência prévia do segmento, mas pode ter experiências em outros setores que vão te ajudar muito, como atendimento ao cliente, por exemplo. Costumo dizer que condomínios não são só administrar estrutura e patrimônio, mas administrar e lidar com pessoas o tempo todo”, sentencia ele, que segue descrevendo seu roteiro. 

“Hoje existem muitos cursos disponíveis no mercado. Desde curtos de 8h de duração até formações de 400h. Há cursos que ficam disponíveis, na forma EAD, um ano na plataforma contratada. Cursos com mentores que te acompanham no seu desenvolvimento. Uma coisa que sempre falo: nós somos eternos aprendizes. Nunca diga que sabe tudo e não precisa de um curso. A todo momento nós precisamos nos atualizar com os assuntos do mundo condominial. Estude, pelo menos, 30 minutos por dia. Veja um vídeo, leia um livro sobre o tema. Busque o conhecimento, sempre”, resume. 

Ele defende que os cursos devem ser escolhidos não pelo preço, mas pelo valor agregado que trazem. Afinal, há cursos bons, de poucas horas, com preço acessível e que garantem certificado no final. Contudo, há outros cursos mais robustos, longos, com apostilas gigantescas e que dão suporte e mentorias por um ano. Lembra do valor agregado? Essa é a diferença. Depende do investimento que você está disposto e pode fazer no momento, como acredita Raphael.

“Entre as matérias trabalhadas nesses cursos, temos Direito Condominial, Administração Condominial, Gestão de Recursos Humanos, Segurança Condominial, Manutenção Predial, Normas Técnicas, Vendas e marketing (aprender a fazer propostas comerciais); Técnicas de como se apresentar em assembleias; e por último, mas acho que é um item muito importante o futuro síndico ter, é aprender a Inteligência Emocional. O síndico deve aprender a lidar com as emoções”, aponta. 

Outros talentos que o síndico deve ter, ou pode desenvolver em sua formação, são boa comunicação para manter o relacionamento com moradores e funcionários; afinidade com áreas como Administração, Contabilidade, Direito, Recursos Humanos e Finanças; saber apaziguar conflitos; organizado para manter tarefas e documentos em ordem; ter empatia e buscar sempre preservar o bem-estar dos condôminos; além de manter-se atualizado e sempre em busca de formas novas de facilitar o trabalho e melhorar a vida condominial. 

E o que muda na vida desses síndicos que apostam na profissionalização? “Hoje o síndico profissional pode ser considerado um síndico empreendedor. Ele pode criar sua própria empresa e não precisar mais da CLT. Fazendo um excelente trabalho nos condomínios, com certeza vão chamá-lo para outros, através de indicações. A tendência é que cada vez mais os condomínios precisem de síndicos externos e qualificados para gerir seus patrimônios. O horizonte é amplo. Tenha excelência no seu trabalho, ética e transparência, que você irá longe!”, finaliza.

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