Pragas urbanas, uma ameaça à saúde dos condôminos

Além de desconforto e incômodo, elas podem trazer sérios problemas de saúde. Com a chegada do verão, cuidados devem ser redobrados

 
Antônio Ribeiro

Pragas e vetores podem ser uma verdadeira tormenta para os condomínios e acabam sendo potencializados pelas altas temperaturas do verão. Como lidar com isso, no ambiente dos condomínios? Em busca de respostas objetivas, a REVISTA DOS CONDOMÍNIOS conversou com Antônio Ribeiro, sócio e diretor comercial da Astral Saúde Ambiental, de Niterói/RJ. “Podemos considerar que as pragas urbanas são uma ameaça invisível. Enquadram-se nesta categoria os animais que dependem dos seres humanos para sobreviver. Geralmente, eles se abrigam em pequenos espaços, escuros e protegidos como frestas nas paredes, partes internas dos móveis, fundos falsos de armários de cozinhas e utensílios domésticos, como motores de geladeiras e outros equipamentos elétricos da cozinha”, aponta.

Nosso entrevistado explica que, na busca dos três elementos que serão necessários para a sua sobrevivência – água, alimento e abrigo -, as pragas urbanas transitam por diversos ambientes, alguns destes impróprios para a saúde humana, podendo adsorver e transportar patógenos nocivos à saúde humana, como microrganismos (vírus e bactérias), causando diversas doenças, algumas graves, e provocando algumas situações de mal-estar, como a disenteria, que ocorre através da contaminação dos alimentos.

“As pragas são consideradas um tormento para o ser humano porque, além de provocarem doenças, inutilizam nossos alimentos e comprometem nossas fontes de água através da contaminação. Além disso, causam prejuízos financeiros, com a inutilização de roupas, danos a equipamentos mecânicos, elétricos e eletrônicos. Em situações que vêm se tornando cada vez mais frequentes, pela ação dos cupins que causam danos à infraestrutura dos imóveis, destruindo portas, janelas, telhados, o sistema elétrico, vigas e pilares de madeira, incluindo também os móveis planejados e os forros de gesso”, descreve.

Segundo Antônio Ribeiro, o verão é, sem dúvida, a estação do ano mais crítica em relação ao controle de pragas urbanas. Neste período do ano, ocorre maior proliferação das espécies que se enquadram como pragas, já que reúne as condições ideais com o aumento da temperatura, da incidência de chuvas e da oferta de alimentos, seja na própria natureza ou pelos seres humanos. A alternância entre dias quentes e dias chuvosos amplia ainda mais as condições favoráveis para o crescimento das lindas plantas dos jardins, mas em contrapartida também favorecem o aumento dessa população indesejada.

“O aumento das infestações de mosquito nessa época do ano é um exemplo clássico dessa situação, quando se tem maior quantidade de locais servindo de reservatório de água, que serão utilizados como berçários naturais para esses insetos. Um outro exemplo é o aumento da atividade dos cupins, com um boom expressivo de sua população e atividade em busca de alimento após as revoadas, que se iniciam na primavera. Os bichinhos de luz, como são popularmente conhecidos, são cupins em busca de parceiros para o acasalamento. Uma vez juntos, formam uma nova colônia de cupim ávida por alimentos, como a celulose encontrada em madeiras, papéis e até mesmo nas placas de gesso. Fica a dica: uma das ações que ajudam a evitar cupins é apagar as luzes do imóvel durante as revoadas, pois eles são atraídos pela energia luminosa, além de manter as portas e janelas fechadas durante esse período”, indica.

Controle das pragas passa por ações preventivas cotidianas

Para o especialista, atuar na redução ou eliminação da oferta de alimentos, água, abrigo e acesso para as pragas (os 4 A’s) é a melhor forma de manter as pragas longe dos ambientes do seu imóvel. Em grande parte, os problemas causados pelas pragas urbanas podem ser evitados com ações preventivas do cotidiano, que todos podem realizar com pouco esforço e nenhum custo. A Astral oferece um folheto com as ‘10 Regras de Ouro para controlar as Pragas’, que orienta sobre essas ações simples, mas muito eficientes, como manter as lixeiras bem vedadas com tampas, principalmente nos períodos noturnos, quando as pragas se aproveitam do escuro e ausência dos seres humanos para agir.

“Contudo, a ação de profissionais é recomendada em duas situações: na execução de medidas preventivas recorrentes em ambientes com manipulação de alimentos e seus resíduos, como lixeiras e áreas de alimentação; na execução de medidas corretivas em ambientes com infestação, caracterizados pela identificação de insetos, como baratas, ratos, formigas e cupins durante o dia. Essas situações são mais complexas de resolver porque os insetos devem estar se reproduzindo dentro dos ambientes, ou seja, já estão bem abrigados e protegidos, o que requer o emprego de metodologias e produtos mais sofisticados do que aqueles ao alcance do cidadão comum”, considera.

O processo de controle de pragas urbanas exige o envolvimento de todas as pessoas que frequentam o ambiente, em especial os moradores de um condomínio que, sendo em maior número, estão com mais frequência em todos os locais daquele complexo. Os moradores têm um papel fundamental em duas linhas de ação: na adoção e respeito às regras de ouro para controle de pragas, e também no repasse das informações dos locais e horários nos quais identificaram a presença de pragas, pois essas informações facilitam a determinação das causas que levaram à ocorrência do inseto, contribuindo para a seleção do melhor produto e metodologia de aplicação para eliminação do mesmo – tarefa que, dependendo do caso, pode exigir mais de uma ação.

“No caso de ocorrência de cupim, recomendamos que sejam documentadas com imagem e não seja alterado o local do crime, ou melhor, não sejam limpos os locais com vestígios do cupim até que um profissional experiente faça um exame detalhado. Essa condição permite a identificação da espécie do cupim e do local onde está instalado ou, através do qual está se deslocando. Informações essenciais para definição do melhor método e produto a serem empregados para sua eliminação.”

Entre os principais critérios para a escolha de uma empresa de controle de pragas urbanas, Antônio Ribeiro cita a verificação se a mesma tem um registro ativo no Inea (o que garante que ela atende os requisitos legais e mínimos operacionais em termos de infraestrutura, responsabilidade técnica e controles dos serviços); a avaliação da condição operacional e comercial da empresa, seja através da interação durante Visita para Orçamento ou qualidade do conteúdo da proposta enviada, ou até mesmo a qualidade da informação prestada no contato telefônico; e as indicações ou avaliações da empresa de quem já contratou seus serviços, pois a percepção pós-serviço é sempre mais reveladora do que as promessas contidas nas propostas.

Completam a lista de cuidados uma pesquisa do site da empresa pois, além das informações obrigatórias, poderá ser avaliada a lista dos principais clientes e até mesmo o registro dos seus testemunhos. As empresas que atendem a clientes corporativos tendem a ter uma operação mais capacitada e infraestrutura de atendimento mais organizada. “Vale ainda pesquisar a reputação da empresa nos sites de reclamação como Procon e Reclame Aqui, pois neles poderá avaliar alguns aspectos que não recomendam as empresas, assim como perceber como elas lidam e se empenham para solucionar os problemas relatados”, orienta.

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