“Quem não se comunica se trumbica”
Há muito venho dizendo que uma das principais e desejáveis virtudes de um síndico é saber se comunicar bem.
Não é razoável imaginarmos uma coletividade alinhada com a gestão se ela não estiver bem-informada. E se o síndico ainda não conseguiu abrir linhas eficazes de comunicação com os moradores, precisa urgentemente buscar esse objetivo. Como já dizia o revolucionário apresentador de auditório Abelardo Barbosa – o ‘Chacrinha’: “Quem não se comunica se trumbica”. Na prática, esse grande pecado da falta de comunicação tem levado os síndicos a muitos fracassos e a inúmeras destituições.
A comunicação, como sabemos, se apresenta de várias formas, sendo a verbal e a escrita as principais delas. Por exemplo, comunicados e cartazes criativos e que chamem a atenção dos moradores podem prevenir muitos conflitos. Não adianta apenas reproduzir ou imprimir trechos da Convenção, Regimento Interno ou de alguma Lei. É preciso tocar a alma e a inteligência do morador usando a criatividade.
Outro ponto essencial é manter um canal aberto de comunicação de mão dupla. Não é prudente só o síndico mandar informativos ou recados. Comunicação é sempre uma via de duas mãos. Se o morador não expressar as suas opiniões e angústias, ele pode logo começar a procurar aliados igualmente insatisfeitos, e a gestão passa a correr riscos, mesmo que o síndico não esteja fazendo nada de errado.
Nesse ponto, nunca é demais lembrar que em condomínios ‘não fazer algo de errado’ não significa necessariamente que se esteja fazendo tudo correto. Sempre haverá um grupo de oposição ao síndico para lembrá-lo disso.
Por isso, fica a dica para aqueles que atuam no meio condominial e em qualquer área da vida:
“Comunique-se, comunique-se e comunique-se corretamente”.
Márcio Spimpolo é professor e coordenador da Pós-Graduação em Direito e Gestão Condominial na FAAP/SP.