Mercadinho em condomínios:

o que há de novo no horizonte?

Os mercadinhos dentro de condomínios são uma evolução do conceito de conveniência e praticidade no fornecimento de produtos básicos aos moradores. Historicamente, a ideia de estabelecimentos comerciais dentro de áreas residenciais remonta às primeiras comunidades planejadas, que muitas vezes incluíam lojas, mercearias e outros serviços essenciais para atender às necessidades dos residentes sem que eles precisassem sair do local.
A popularização dos condomínios fechados e a busca por comodidade e segurança nos espaços residenciais contribuíram para a criação desses mercadinhos internos. Eles surgiram como uma resposta à demanda por conveniência, oferecendo uma variedade de produtos básicos, desde alimentos até itens de higiene pessoal, sem que os moradores precisassem se deslocar para fazer compras em supermercados distantes.

Com o tempo, os mercadinhos se tornaram comuns em muitos empreendimentos residenciais, sendo vistos como um diferencial na oferta de serviços aos moradores. É possível afirmar que eles proporcionam também um senso de comunidade ao oferecer um local onde os residentes podem se encontrar e interagir enquanto fazem suas compras diárias. Esses estabelecimentos muitas vezes adaptam sua oferta para atender às preferências e necessidades específicas dos moradores, criando uma experiência de compra mais personalizada ao ambiente condominial. Com essa perspectiva fomos conhecer um pouco mais sobre esse tipo de negócio com Tony Rocha, CEO da Mercearia da Família. Leiam a entrevista, abaixo.

Repórter da Revista dos Condomínios – Qual a porcentagem em cima dos resultados?

Tony Rocha – Nossa empresa tem trabalhado com retorno de 4% a 6% de repasse em cima das vendas brutas.

Repórter da Revista dos Condomínios – Como é possível para o síndico acompanhar esse resultado? Refiro-me à contabilidade. Tem algum diferencial na sua proposta, atualmente?

Tony Rocha – Eu, atualmente, estou disponibilizando relatórios mensais juntamente com a transferência. Opero com um sistema de “frente de caixa” que me permite reunir essas informações e compartilhar.

Quais os tamanhos que possui com referência ao volume de negócios?

Abaixo de 50 unidades: trabalhamos com a geladeira inteligente. Ela oferece 60 a 70% dos produtos mais vendidos, tem uma proteção contra furtos e possui uma manutenção simples.

Até 100 unidades: instalação do mercado autônomo modelo “Smart”. Ele consiste em uma gôndola expositora com produtos mais tradicionais e uma geladeira expositora com bebidas e produto gelados.

Acima de 100 unidades: instalamos o mercado autônomo tradicional. Duas geladeiras expositoras, freezer horizontal (sorvetes, picolés e congelados), três a quatro gôndolas etc…

Instalação de contêiner (área sem cobertura): precisamos de um número mínimo de 180 unidades.

Como atender as necessidades de condomínios com tamanhos diferentes?

A mesma solução de consumo de um condomínio de 480 unidades é valida para outro de 36 apartamentos? Breve histórico para entender a questão

Bem, para dissertar sobre o assunto vamos falar um pouco da história do varejo. Isso nos remonta ao final da década de 1950, quando Abílio Diniz inovou o varejo tradicional. Até então, as mercearias (quitandas ou vendas) funcionavam como pedidos direto em uma espécie de balcão, onde o atendente anotava o pedido, buscava os itens no estoque e embrulhava para viagem. Abílio, filho de comerciantes portugueses, queria implantar um sistema europeu de compras no varejo: o supermercado. Nesse “novo” modelo, o próprio cliente se dirige até às gôndolas (antes restritas aos funcionários) e escolhe os seus produtos e, em seguida, se dirige ao caixa para pagamento. Algumas décadas mais tarde, com o advento da tecnologia, pudemos conhecer novas formas de consumo de varejo, que naturalmente acabaram de adaptando aos novos hábitos do próprio varejo.

Alinhamento entre volume, estrutura e preço final

Em se tratando de mercados autônomos e necessidades de consumo, precisamos sempre alinhar a estimativa com o consumo na prática, a fim de viabilizar operações que se justifiquem e que interessem o cliente final (consumidor). Como exemplo, as soluções das “geladeiras inteligentes” que atendem condomínios abaixo de 60 unidades ou empresas com menos de 100 funcionários. Nesse modelo de “mercado autônomo”, é factível atender a demanda em pontos com um menor trânsito de pessoas, comercializando até 60% dos produtos mais consumidos nos mercados autônomos maiores.

Repórter da Revista dos Condomínios – Tem algum diferencial na sua proposta, atualmente?

Tony Rocha – Tenho sim! Para condomínios acima de 150 unidades estou trabalhando com materiais publicitários. Por exemplo: fechando parcerias com condomínios (contrato mínimo de 18 meses), faço 8 ombrellones personalizados para a área da piscina. É apenas um dos exemplos. Recentemente estávamos negociando e a proposta era fazer um deck em frente ao mercadinho. Ou seja, temos flexibilidade para negociar. Claro, sempre a partir de cada contexto, como: local, tamanho do condomínio etc.

Repórter da Revista dos Condomínios – Vocês teriam condição de apresentar um sistema de acompanhamento das vendas em tempo real para o síndico?

Tony Rocha – Eu não vejo problema em compartilhar esse tipo de dado. Mas muitos colegas que possuem mercados autônomos jamais fariam.

Repórter da Revista dos Condomínios – Então, podemos afirmar que esse é um diferencial da sua proposta de negócio.

Tony Rocha – Sim. Estamos efetuando a contratação de um sistema que permitirá em tempo real o acompanhamento por parte do síndico.

Repórter da Revista dos Condomínios – Você tem recebido propostas para aproveitar áreas abertas?  Digamos, um condomínio de 200 unidades tem uma área de 60 m2 ao lado do campo de futebol. Portanto, externa (descoberta). Tem projeto? Já fez alguma ou não pensa em enfrentar esse desafio?

Tony Rocha – Para áreas externas podemos trabalhar com container. Aumenta muito o custo do mercadinho, mas se forem muitas unidades, pode se tornar viável sim.

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Tony Rocha 

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